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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Os extremos abduzem cérebros



Você não consegue perceber? É vício ou paixão?
Ou outra coisa?

Algumas frases do Senhor B, pela web:

“Eu sou a favor da tortura”

“Conselho meu: eu sonego tudo o que for possível”

“O filho começa assim meio gayzinho, leva um coro e ele vai mudar o comportamento dele”

“Eu não empregaria mulher com o mesmo salário de um homem”

“Jamais ia estuprar você porque você não merece”

“Eu não entraria em um avião operado por um cotista, nem permitira ser operado por um cotista”

“Meus filhos não viveram na promiscuidade (sobre se relacionar com uma mulher NEGRA)”

“Vamos fazer um Brasil para as maiorias. As minorias tem que ser curvar as maiorias. As leis devem existir para defender as maiorias, as minorias de adequam ou simplesmente desaparecem”

“Se eu fosse presidente da República daria golpe no mesmo dia, fecharia o Congresso Nacional”

“Através do voto você não vai mudar nada, só com uma guerra civil”

“Meu guru na politica são os militares que foram presidentes”

DECIFRANDO O BOLSONARISMO (de Augusto de Franco, via Web/Face):

O que a maioria das pessoas (inclusive os analistas políticos) ainda não entenderam sobre o bolsonarismo?

1 - O bolsonarismo é um fenômeno que vai além do oportunista-eleitoreiro Jair Messias Bolsonaro. Existem pelo menos quatro bolsonarismos (e essas categorias se interpenetram, obviamente):
a) o bolsonarismo dos eleitores tradicionais de Bolsonaro (que acham que ele é um bom nome e ponto);
b) o bolsonarismo dos que vão de Bolsonaro para evitar uma volta da esquerda ao poder (antipetistas autoritários e anticomunistas ainda na vibe da guerra fria - que não tomam a democracia como um valor), em parte estimulados por narrativas olavistas, conspiracionistas, intervencionistas ou monarquistas-salvacionistas;
c) o bolsonarismo dos desesperançados com a velha política (em grande parte açulados, objetivamente, pelos que fazem uso político da operação Lava Jato) que acham que será preciso escolher um patriota honesto e corajoso para colocar ordem na casa no grito (de vez que avaliam que a velha política apodreceu como um todo e que a democracia não é mais capaz de recuperá-la);
d) o bolsonarismo de numerosas hostes de haters, sobre os quais a famiglia de oportunistas de sobrenome Bolsonaro não tem o menor controle (e que podem se voltar contra ele, caso o candidato comece a contemporizar para ser eleito ou, sendo eleito, resolva fazer alianças para governar). Este último grupo é composto por antidemocratas explícitos, que tomam a política como uma espécie de jihad ofensiva (ou guerra religiosa).

2 - Há uma nova (e pujante) base econômica no Brasil profundo que está trocando sua representação política numa direção que não é a da democracia e que, na falta de outro nome que melhor represente seus interesses e aspirações, vai apoiar Bolsonaro com recursos de toda ordem (legal ou ilegalmente).

3 - Bolsonaro só tem chances reais de vencer no primeiro turno (independentemente do que dizem as pesquisas feitas hoje sobre o segundo turno - que têm pouquíssimo valor). Dada a maioria esmagadora do eleitorado indeciso ou avesso ao discurso truculento e boçal do capitão, na hora H, essa maioria votaria em qualquer candidato (menos em Bolsonaro).

Essa é a questão que me alarma muito. A questão que Reinaldo Azevedo fala em outro vídeo (está em comentários): "Às vezes o problema é que ele seja o porta-voz de teses totalitárias. Você defender o armamento total da população. Que tipo de gente você atrai para você? QUAIS SÃO OS VALORES QUE ELE VEICULA?"

Essa é a questão. É por isso que ele é tão perigoso. Gente, tenho muito medo do que Bolsonaro estimula nas pessoas: irracionalidade, ira, irrealidade. Os I´s da imbecilidade.

Quando falo que paixão política é para loucos, não tenha dúvidas. Amar um político (ter um político de estimação), definitivamente, é para loucos. Infelizmente, não poucos. Ou seria para viciados?

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