A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo. (Soseki Natsume)
Sabe.
O mundo. Mudou. Muda. Sempre. Estranhamente. Estranha é a mente. Que mente prá
si mesma. Mesmo. Valores estranhos.
Estranha
a mente que valoriza coisas estranhas. Gente estranha. “A gente estamos”
pirando. Sejam os que fazem o estranho. Como os que seguem. E os que veem...
piram por nada poder fazer. Ou vivenciam mesmo sem apreciar. Ou isolam-se de
tudo. E isolar-se... no way. O que fazer? Não sei.
Qual
a solução? Sei não. No mínimo, pensar. Tentar. Mudar.
Quem
me conhece ou me acompanha, sabe que já falei isso outras vezes. Escrever para
Dóris, é como libertar a alma. E assim deveria ser para todos. E saber
expressar-se, é fundamental. É seu cérebro demonstrando que existe. E que sim:
existe vida inteligente no seu mundo interior.
E
sabe? Quando escrevo é sintomático: libero algo de bom. E algo que precisa
libertar-se.
Aliás,
falando em liberdade... eita mundo estranho, esse da liberdade. Afinal, o que é
de fato ser livre?
Liberdade
é um substantivo feminino. Mas que além de substantivo, pode tornar-se verbo.
De ação, agir, fazer e praticar.
Ela
é importante? A liberdade? Claro!!! Mas, olha só: ela é egoísta? Sob certo
aspecto, sim. Aliás, penso eu (com a minha cabeça, é claro) que, quando a
liberdade é tão valorizada, na real, você não é livre de fato. Explico.
Se
você é livre de você mesmo, das suas visões limitantes, não tem essa de que
alguém lhe oprime. Sua maior liberdade é sentir muito, mas muito intensamente o
que você quiser sentir. Essa é a maior liberdade. Sem tempo certo, sem essa de
que é cedo ou tarde demais prá isso ou aquilo. Sem essa de que precisa de tempo
prá conhecer alguém, uma empresa, uma situação.
Ao
juntar lógica, sentimento e experiência.... não existe essa de tempo certo.
O
problema está exatamente aí: gente que se fecha. Freia. Limita. No sentir. No
querer. No comprometer-se.
E
existe diferença no envolvimento e no comprometimento. Você se envolve ou se
compromete?
Você quer fazer parte de uma história?
Quando
estamos comprometidos, nada é obrigação. Tudo é um prazer. Nada que se faz soa
como uma cobrança. Soa como algo natural, prazeroso.
Vivemos
hoje, dias tristes nas relações; o que se enxerga, é a falta de comprometimento
como algo natural. Como algo hedonista. E realmente, não é. De que vale uma
suposta liberdade se você busca incessantemente o prazer em algo que não
existe?
Tempos
estranhos. De mentes estranhas. E nisso tudo, podemos detectar 3 tipos básicos
de pessoas, no tocante a relações envolvendo sentimentos:
ONE:
A pessoa que desistiu de relacionar-se. Desistiu de sentir. Triste solitário.
Não nascemos para viver sós. A solidão acostuma você a estranheza do egoísmo
interminável.
TWO:
A pessoa que quer sentir demais, sem foco, sem mensurar, do tipo “Eu sou de
todo mundo e todo mundo é meu também”. Cansativo.
THREE:
E a pessoa que quer sentir em parceria. Em construção. Evolução. Crescimento.
Em mudança ampliada ao estar junto. Que não é perfeita ou busca o perfeito.
Busca apenas o comprometer-se. Andar junto. Crescer junto. Evoluir. Junto. Com.
Ele. Ela. A pessoa que escolheu para estar junto.
E
olha... como é difícil muitos entenderem isso! Fazer então... muitos não
entendem. Muitos.
E
entre esses 3 tipos, podemos ás vezes encontrar um quarto tipo, que nem chega a
ser um quarto, mas uma mescla dos 3: quer isolar-se, ao mesmo tempo que não se
decide nas opções mas aparenta estar sólido. A esses, incluo muitos e muitas,
casados e casadas ou apenas aqueles que dizem querer comprometer-se e que, ao
longo de suas relações, vivenciam os 3 tipos e permanecem lá. Entre um e outro
tipo interminavelmente. Sem nunca definir-se.
Mentes
estranhas. Estranhas mentes. Que desperdiçam vidas. Amores. O AMOR. E não
reconhecem o que realmente tem valor. Triste. Lastimavelmente triste.
E
nessa busca incessante... apreciam dizer que “A fila anda”, ou “Vou pensar em
mim primeiro” ou “Preciso amar primeiro a mim”. Porque dói menos pensar assim do que enxergar que
aquele amor que você perdeu porque preferiu ficar “livre” nem sempre dura para
sempre sem lutar por ele; que aquela oportunidade perdida foi porque você
demorou para tomar a decisão; que aquele emprego que você reclamava o tempo
todo podia render muito aprendizado.
E
não venha dizer que “o que é prá ser, será.” Acho muito fatalista. Na vida
real, nem tudo tem volta. Ou tem, no tempo certo de voltar. Mas mesmo assim...
pense mais. Com a mente que não mente e que não é estranhamente uma estranha
mente.