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Coisas do mundo e conceitos da autora, que tem uma visão contemporânea do comportamento humano.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O poder está com as pessoas e Slutwalks




Será? Pois eu vi “dias desses”, a seguinte notícia:

Após proibir no mês passado a entrada de crianças menores de seis anos, o proprietário do restaurante McDain´s, Mike Vuich, disse que o movimento no estabelecimento aumentou em 20%, segundo reportagem da emissora de TV “WPXI”. Vuich tomou a decisão por conta do barulho feito pelos pequenos. Em uma mensagem enviada aos clientes na época, ele informou que não era possível controlar o barulho das crianças e, muitas vezes, isso estava perturbando outros frequentadores do restaurante. É mais atitude assim que a gente precisa no segmento, não atitude contra crianças, atitude de se posicionar no mercado. Assim como existem restaurantes vegetarianos e churrascarias mais do que justo restaurante que não aceita criança.


Tá bem. Mas sou conta ou a favor, afinal? Não se trata de um ou outro. São questões, é o mundo, é a vida. Sempre existirão os felizes, e os não tão felizes. Por incrível que pareça, em tudo, tudo mesmo, existem duas opiniões. E isso, ás vezes, é dilacerante. Muito LOKO.

E você ouviu falar da “Marcha das Putas”? SLUTWALKS! O que é:

Depois da polêmica no Canadá, a “Marcha das Putas” ou "Marcha das Vagabundas" (SlutWalk) chamou a atenção do mundo todo e, depois de passar por Argentina, Estados Unidos, Inglaterra, Holanda e Nova Zelândia, passou por São Paulo.

Tudo começou com um comentário de um policial canadense, que disse que os crimes sexuais acontecem porque as mulheres se vestem como vagabundas.


Mas seria esse o motivo verdadeiro dos estupros e abusos sexuais? Não, poooooor favor. Falta segurança nas ruas e mudança de ATITUDE. Sinceramente, pensar que o jeito de se vestir estimula o estupro é o mesmo que dizer que ladrões têm que roubar dos ricos, porque os ricos usam roupas de griffe e carros luxuosos. Você concorda com isso? Ah, tá, então tá: deixe sua Ferrari na garagem que o ladrão não rouba você. Não provoque o ladrão, onde já se viu? Heloooooo! Se liga, no way, como já dizia um amigo meu. Esse não é o caminho da cura.

A contemporaneidade nos leva a caminhos antes não imaginados. O que pode ser esdrúxulo, louco, maravilhoso e surreal. Para o bem, para o mal, sei lá. Mundo louco. Mundo de gente que não pensa, ás vezes. E ás vezes, não pensa o tempo todo.

O título do meu texto foi baseado em Marc Gobé (especialista em marcas), que falou “O poder está com as pessoas”. Veja excelente entrevista que ele deu a ZH/DINHEIRO online, em 17/04/2011:


Francês radicado nos Estados Unidos há mais de duas décadas, Marc Gobé tem se destacado como criador do conceito de emotional branding, segundo o qual uma marca deve ser construída estabelecendo uma ligação mais próxima com seu público. O livro que leva o mesmo nome do conceito defendido por Gobé se tornou um best-seller, traduzido em 17 idiomas. Também cineasta e designer. Acompanhe:


Zero Hora – O senhor defende a ideia de que uma marca deve funcionar como uma forma de expressão. Como uma empresa pode fazer isso na prática?

Marc Gobé – Quando compramos algo, é basicamente por razões emocionais ou por instinto. Ao comprar uma roupa, você a escolhe por que quer dizer algo a seu respeito. Às vezes, você quer mostrar poder, estilo, apoio a uma causa ou simplesmente quanto dinheiro você tem. O ato de compra é emocional porque diz aos outros como nos vemos e como queremos que nos vejam. Quando as marcas percebem que as pessoas buscam objetivos maiores com a compra, podem definir estratégias para atingir as reais expectativas dos consumidores.

ZH – Para isso, é necessário que uma empresa saiba exatamente o que seu público deseja.

Gobé – Esse é o ponto onde tudo começa. É preciso estar bem próximo dos seus consumidores e ouvir o que eles querem. As mídias sociais oferecem excelentes ferramentas para as empresas criarem comunidades e fazerem pesquisas. Mas nem todas as respostas virão dos consumidores. Às vezes, visionários como Steve Jobs podem criar produtos que nós nem imaginamos. Eles podem criar novas demandas porque nos ajudam a ver a vida de um jeito diferente.

ZH– Com a internet, a troca de informações entre consumidores é muito rápida. Os próprios usuários podem recomendar alguns produtos ou, ao contrário, criticar o que não gostaram. Como essa nova realidade afeta as empresas?

Gobé – É uma revolução. Quando a TV era o principal veículo de comunicação, o marketing era muito impositivo. Esse marketing foi substituído por outro, no qual os consumidores vendem os produtos uns aos outros, dividindo experiências nas mídias sociais. E as empresas não têm controle sobre isso. Não podem mais alegar algo que não é verdade. O poder está com as pessoas. As marcas têm de se adaptar e se tornar mais abertas. Conseguir se engajar nessa mudança é algo muito difícil para a maioria das marcas.

ZH – As empresas que não prestarem atenção ao que as pessoas falam sobre suas marcas na internet estarão fora do mercado?

Gobé – Quase 40% das pessoas no Twitter ou no Facebook falam sobre marcas. Então, as empresas precisam entender o que estão dizendo sobre elas, por que dizem e para quem. A maioria das marcas está muito atrasada em relação a isso porque o marketing tradicional e a construção tradicional de marcas não são uma conversa. Eles têm mais a ver com ditar às pessoas o que elas devem comprar ou não.

ZH – O senhor diria que as marcas tradicionais ainda não despertaram para as mídias sociais?

Gobé – Elas ainda não entenderam as novas mídias. Continuam tratando o Twitter e o Facebook como se fossem a nova televisão. É preciso entender que a internet é um espaço de conversação, de compartilhamento. Se as pessoas não compartilham a informação que você coloca na rede, não importa quanta gente a viu. Se não compartilham o que você oferece, você não irá a lugar algum.

ZH – Quais empresas fazem um bom uso do emotional branding?

Gobé – Twitter, Facebook, Google, Apple e outras empresas de internet. Em lugar das míticas marcas tipicamente americanas, como, digamos, Coca-Cola ou Levi’s, as marcas com as quais as pessoas realmente se importam hoje são de companhias ligadas à web. Por quê? Porque essas marcas estão, de fato, mudando o mundo. Veja tudo o que aconteceu recentemente no norte da África (revoluções populares no Egito e na Líbia). Isso só foi possível por causa do Twitter e do Facebook.

ZH – E no Brasil, há algum bom exemplo de emotional branding?

Gobé – Acredito que a Natura é um forte exemplo de emotional branding. (A marca) Havaianas também conseguiu uma boa notoriedade no mundo. Algumas marcas globais poderão ser criadas explorando essa nova imagem positiva do Brasil.

ZH – Uma cidade também pode usar o conceito de emotional branding para se promover?

Gobé – Sem dúvida. Cada vez mais, os centros de poder da economia não serão mais os países, mas as cidades. Hoje, tanto faz para uma companhia estar em São Paulo, Londres, Nova York ou Tóquio. As principais cidades do mundo estão disputando entre si para atrair as melhores marcas e empresas. E isso só se consegue pela construção de um ambiente que seja estimulante e faça as pessoas terem vontade de estar na sua cidade. São Paulo está se posicionando como um lugar positivo para a inovação. Paris está tentando reconquistar a simpatia de seus cidadãos remodelando a paisagem, criando praias. A imagem de uma cidade não vem de um novo logotipo ou uma campanha publicitária, vem do investimento para criar boas experiências para quem vive nela e para quem você quer que venha a morar.


É Marc. Como profi de marca, concordo com você, queridão. As pessoas realmente estão com o poder. O que não aprenderam, porém, é a lidar corretamente com esse poder. Hello. E quanto a isso, são um tanto quanto crianças. Kids have the Power. Or not.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aluno nota 10. Dez da vida



Aluno é um ser estranho. Sabe, people, eu já fui e de vez em quando sou de novo. Aluna. E agora, profe também. E desde os tempos de aluna, sempre achei aluno um ser estranho. Reclama na maior parte do tempo. Chatinho, tipo isso.

Mas ei, não são todos! Tem aqueles que a gente tem vontade de levar junto com a gente, nas empresas que trabalha, nas viagens, na vida. Tem aluno que dá vontade de puxar prá cima, de valorizar, de indicar. Tem aluno dedicado, show de bola. Com bom caráter, com valores, festeiro e feliz, mas responsável e dedicado. Não baseado nos outros, estudioso e comprometido. Que não reclama dos trabalhos, e vai lá e faz acontecer. Não é preguiçoso ou inventa desculpa a todo tempo. Que argumenta, que não é covarde porque encara os desafios, e não fica reclamando “por trás”. Ou com aquela cara de “Jesus, me leva!” Maduro sem ser velho. Aliás, aqueles que se acham os “reis da cocada preta”, geralmente são os mais complicadinhos: são “Sisi” (se acham), arrogantes, bobinhos, imaturos e... burrinhos. Sim, tem muito aluno que disfarça a falta do raciocínio e do pensar, com críticas e picuinhas bobas, da escola, dos professores, dos chefes, dos pais, do seu cachorro de estimação, do namorado, da namorada, do mundo, aliás. Alunos assim, como os das últimas descrições que fiz, são também os piores executivos do mercado: algumas vezes “se dão bem”, mas ATÉ que surge um chefe do bem, bom caráter, que não admite gente assim.

Porque sempre tem que estudar; em algumas disciplinas mais, em outras menos, mas sempre tem que estudar. Mesmo aquele que acha que tudo sabe, sempre precisa estudar. Nem que seja prá reforçar o que sabe. A gente aprende mais, estudando.

Tive alunos que compreendiam completamente a disciplina, e apesar de super inteligentes, estudavam prá caramba. Alunos que são excepcionais profissionais, de eficácia e de atitude. Gente valorosa, de caráter. Gente necessária ao mundo.

Já nos tempos de aluna, sempre procurei ser amiga e parceira dos profes. Em qualquer fase: segundo grau, facul, pós, MBA... sempre estive ligada que professor é gente, erra e acerta, como a gente. Mas nunca reclamei deles, a não ser em casos muito graves (o que nunca aconteceu). Sempre procurei levar uma relação de amizade com eles. Claro, a gente sempre tem afinidade maior com um ou outro, é fato. Mas faltar com o respeito, ficar avacalhando, só mostraria a MINHA deficiência. De caráter, inclusive.

Ás vezes, o melhor presente a um aluno poderia ser... um espelho, que tal?

E creia-me: tem muito aluno que só quer saber de diploma. Não é a toa que tem tanto empresário, o tempo todo, reclamando da falta de qualificação que anda solta no mercado. Muita gente com diploma, mas com qualificação... eita, deixa prá lá.

Ah, e please: não venha usar o argumento que “Vamos dar um desconto, é jovem demais.” Não tem essa, de jovem demais. Somos o que somos desde cedo. Caráter não muda com a idade. Porque tem gente madura aos 17, e completamente "fora da casinha" aos 30. E segue assim aos 40..... e não muda.

Tem uma estorinha que circula na internet (autor desconhecido), e a transcrevo aqui:


Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada. Com certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei. Veja o que ele disse: “Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”, disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou ”Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume, são medíocres e passam pela vida sem deixar algo de útil. O interessante é que esta percentagem vale para todo mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula”.

Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto? Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não tem como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos. Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo o que fazemos, se não tentarmos fazer em tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto.



Alguém um dia achou que “bonito” era ser o rebeldinho na escola, o “mister reclamation”. Bonito é dedicar-se, estudar prá caramba, e se “dar bem” na vida a base de muito esforço. Esse é o maior exemplo. Essa é a melhor turma. A turma dos alunos nota 10 na vida. Não só na nota, mas na atitude 10.

EBAAAA! Bom te ver!


Penso, logo, existo. E... se você está aqui, quer saber como eu penso. Se quer saber como eu penso, no mínimo, é curioso.


Curiosos ALOHA fazem bem para o mundo. Então, é nós no mundo, porque não viemos aqui a passeio!


Busco uma visão de longo alcance, sem aceitar verdades absolutas, preservando valores ALOHA, que são o ideal para um mundo mais honesto e verdadeiro.