Eu sei o que você está pensando. Que minha geração é muito chata. É, até
é. Mas sabe que tenho visto uns de, tipo, 20 e muitos anos, já assim, tão
chatos também?
Sim. Porque chatice é velhice no espírito e na mente. Chatice é dorzinha
de rancor ou recalque no peito, chatice é preconceito na alma.
E tem uns... vou te dizer, criança. Somos ou estamos chatos. Alguns e
algumas. Mas diz pros amiguinhos e amiguinhas, não desistirem. Dá uma chance?
E trazendo um case aqui, que
rende uma discussão. Leia o texto do case e volte aqui no Thundercat, ok? Veja: https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2018/06/gaby-amarantos-sofre-ataques-racistas-apos-criticar-silvio-santos.html
"Isso não é 'mi mi mi', nem
vitimismo, racismo é crime", disse Gaby. Ainda disse ela: "Racismo
não é opinião, gordofobia não é opinião, homofobia não é opinião, machismo não
é opinião. Comunicadores, humoristas e todo e qualquer ser humano não pode usar
desse artifício pra destilar preconceito!".
EU CONCORDO. Com ela.
E sim, existem sim, pessoas da
minha geração, na televisão ou fora dela, que estimularam ou executaram
palavras, ideias e ações desse viés preconceituoso por décadas.
E CONTINUAM FAZENDO.
Percebam: o mundo não aceita mais
isso. O mundo, graças às novas gerações, mudou. QUE UFA, QUE BOM.
Minha geração foi uma coisa a não
ser repetida, com relação a esses assuntos. Tenho vergonha quando vejo o que
se achava engraçado ou aceitável na época. Eu fiz e faço o meu MEA CULPA, mas
muitos, não o fazem, e PIOR, ainda defendem isso e chamam isso de MIMIMI.
Pois quando envolve seus
problemas, não é Mimimi, né? Só é Mimimi quando o problema não lhe atinge, né?
Pessoinha. Coleguinha. Incentivar
toda forma de preconceito não é Mimimi. É só um estímulo a coisas absurdas.
E PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO.
Dias desses, encontrei um europeu
em um evento. Três anos atrás, ele veio para o Brasil, e hoje, reside aqui.
Ele me comentou que fica
impressionado (negativamente), que em 2018, ainda discutimos questões como
essas.
Isso só mostra uma coisa: como
somos atrasados. Já deveríamos ter superado. Superado NÃO como aceitar que
exista homofobia, racismo, machismo e toda forma de preconceito.
Mas superado em fazer isso
acontecer. Ou seja, é surreal que ainda existem pessoas que o façam e pior,
pessoas que defendam quem o faça.
PRATICAR OU ESTIMULAR É A MESMA
COISA. O preconceituoso, homofóbico, racista ou machista, é um ser atrasado na
evolução como gente. Mas aquele que aceita isso, também é.
Então, Gaby Amarantos, você está
mais que certa em levantar essa questão. Não é porque Silvio Santos
"chegou onde chegou" que ele possa continuar fazendo o que sempre
fez, sem críticas.
Precisamos parar com as desculpas
de "Mas ele faz acontecer" OU "Mas veja onde ele chegou".
Ou pior "Mas veja quem ele é" (como sendo uma sumidade ou um deus
nórdico). Uma ode ao sucesso.
Nossas gerações Baby Boomer e X,
precisam aprender muito com a Y, especialmente. Sempre digo que a Y é que
realmente está fazendo toda essa mudança de conceitos e comportamento.
E APRENDO MUITO COM ELA.
A lástima, é que muitos da minha
geração e mais velhos, têm aquela postura arrogante do "Você sabe com quem
está falando"?
Sei. Com alguém looser que achava
engraçadinho fazer piadinha de coisas que não atingiam seu umbigo, mas que
quando confrontada, "pede prá sair" ou puxa a arma da vaidade e
arrogância (e ainda querem que se liberem as armas de fogo), justificando isso
com visões conservadoras e não empáticas.
Claro e UFA, que não são todos da minha geração, que
são esses Baby Boomers e X surrealmente velhos de cérebros. Muitos estão como
eu: conscientes do quanto precisamos evoluir e que podemos sim, contribuir e
muito para o mundo, ainda e sempre enquanto estivermos aqui.
E ei, se por acaso alguns da
geração Y (Millennials), Z e Alpha sejam assim retrógrados, por favor: não
entrem nessa vibe.
Acordem. Acordem. Acordem.
"O segredo da vida é acordar", como já disse um amigo.
PS: O grande problema não é o
fato de já termos sido assim. O problema é achar isso normal e continuar assim.
PS 1: O problema não é o saudosismo. O problema é achar que a gente, era perfeito. Ou os mais velhos que nós, na época. O pior, é se fazer ou se achar, esquecendo do filme "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado".
PS 1: O problema não é o saudosismo. O problema é achar que a gente, era perfeito. Ou os mais velhos que nós, na época. O pior, é se fazer ou se achar, esquecendo do filme "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado".
Nenhum comentário:
Postar um comentário