Por um
outro ângulo
A grande figura referencial para Haddad é Lula.
E sua alma mater é o PT. A grande figura referencial para Bolsonaro é o Coronel
Brilhante Ustra. E sua alma mater é o Exército.
Haddad não é Lula. Mas Lula está impresso em
sua camiseta. E Haddad não pediu desculpas por todos os malfeitos perpetrados
pelo PT e seus aliados.
Bolsonaro não é Brilhante Ustra. Mas Brilhante
Ustra está impresso em sua camiseta. E Bolsonaro não pediu desculpas por todos
os malfeitos perpetrados pela Ditadura Militar. (Muito ao contrário.)
Os crimes de Lula e do PT estão sendo julgados
e punidos. Diretamente a Lula são imputadas a prevaricação numa cobertura no
Guarujá, na sede do Instituto Lula, num sítio em Atibaia. É provável que haja
outras malversações.
Os crimes da Ditadura Militar e de seus aliados
nunca foram julgados nem punidos. Diretamente a Brilhante Ustra são imputadas
coisas como mães estupradas na frente dos filhos, afogamentos, cabos de vassoura
enfiados em ânus, choques elétricos em pênis e escrotos, unhas e dentes
arrancados a frio, ratos vivos enfiados em vaginas e outras atrocidades.
É um problema votar em Haddad sem um rompimento
claro dele com todas as locupletações que aconteceram.
Mas é impossível, inadmissível, impensável
votar em Bolsonaro com seu apoio explícito e entusiasmado às páginas e às
práticas mais sombrias e bárbaras da nossa história.
Ponto.
São problemas de dimensões e de naturezas completamente diferentes.
(Adriano Silva)
Goebbles
Se Goebbels caísse de paraquedas no Brasil, em
2018, e visse o que está acontecendo durante nosso processo eleitoral, ficaria
sem dúvidas orgulhoso do seu legado.
Não tenho notícias, desde o nazismo, a respeito
dos efeitos de uma propaganda mentirosa atingir e formatar uma frente política
tão extrema e tão autoritária quanto essa do bolsonarismo. Frente a qual não
adianta apresentar o fato, verdadeiro e com credibilidade, como ele o é. Frente
que formou uma brigada voluntária e violenta, tal qual os camisas negras de
Mussolini, que segue somente as palavras do “führer”. Opa, quer dizer, do
“mito”.
O neonazismo à brasileira já chegou, meus
caros. Não é só uma questão do resultado das eleições. O movimento já está aí,
crescendo e se multiplicando. Com membros apaixonados, violentos, e como
sempre, apoiado em uma série de oportunistas que miram somente a plata.
O lado bom disso é que vai passar. Vai demorar,
mas vai passar. Irá adormecer de novo. Deixará marcas terríveis, isso sem dúvidas,
mas passará. Afinal, a história é repleta de avanços e retrocessos. É assim que
a coisa funciona. É humano. Somos nós.
Depois, caberá uma crítica ao antes fragmentado
discurso esquerda/direita, para formarmos uma frente única, democrática e
humana. Dando a cada frente representativa a sua real dimensão. Para isso, um
dos maiores perdedores dessa bagunça toda, o jornalismo brasileiro, terá que se
reinventar e exercer sabedoria frente ao “simplesmente lucrar” e ao “fazer o
que é o certo”. Já vimos que “simplesmente lucrar”, sem a ética, faz a notícia
perder a credibilidade, recriando o legado catastrófico de Goebbels.
Para o mundo e o mercado, o que está em perigo
não é o Brasil, e sim a oitava economia do mundo. Essa economia é muito
importante no contexto e por isso estamos sendo tão avisados pela imprensa
internacional especializada.
Então, “bora” lá juntar os cacos.
(André Scheid)
Não sou petista
Não sou petista, não sou lulista, nunca fui.
Tenho inúmeras críticas e serei um eleitor crítico e ferrenho ao Haddad. Meu
voto foi por uma terceira via: Ciro. Não deu. Este segundo turno era pra
ser Amoedo e Ciro. Não foi. Mas eu não posso me omitir com voto nulo, em branco
ou me abster ao que está acontecendo e deixar que o ódio e a vingança norteie
meu voto.
Entendo vários pensamentos de repulsa, mas há
algo maior neste momento, que não tão somente a política: é a questão humana e
democrática. Apesar de todas as ressalvas ao PT que tenho, o candidato do PSL
viola a liberdade, enaltece torturadores e apoia a violência, a força, atos
ditatoriais e de extermínio. Seu discurso é desumano. Flerta e faz parceria com
discursos e ações historicamente fascistas. Inclusive ferindo os direitos constitucionais.
Pela democracia, pela inclusão, pelos direitos
humanos e civis de todos, de forma ampla e irrestrita, de gênero, raça, cor da
pele, orientação sexual, classe social, religião, região do Brasil, e pela
laicidade do estado. Pelo bom senso, o pensamento crítico e coletivo.
Se fere a minha existência e as de milhões, eu
serei resistência.
Não podemos nos omitir neste momento!!!
(Alan Pires)
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