Sensacional
esse vídeo. E já explico o porquê. O motivo.
Porque racismo reverso não tem
lógica. Ele foi estimulado para que quem é racista e não assume, tornasse o seu
racismo, algo "aceitável". Mas racismo é racismo e nunca é aceitável.
Entenda. Veja: https://www.youtube.com/watch?v=crCCQIWSx68&feature=share
Dizer que eu sou branca é idiota, porque afinal, isso é um fato.
Torna-se desnecessário falar. Mas quando falo que sou (talvez para informar a
quem não enxerga por ser cego) apenas é para reforçar minha empatia com a
questão. Uma questão que sempre levantei como bandeira. Pois percebo o que
acontece no mundo.
Gente, e entenda isso: pare de achar que levantar uma situação de
preconceito ou polêmica social torna alguém de esquerda. Não. Não sou "de
esquerda". Sou humana e empática às realidades sociais, mesmo que elas não
sejam a minha realidade.
Voltemos então, a questão inicial desse post. Racismo. Ou melhor,
racismo reverso.
Quando alguém me diz que "racismo não é somente praticado por um
branco em relação a um negro/mulato", realmente tem razão. A definição de
racismo fala que um ato ou pensamento racista, tem a ver com um comportamento
em relação a discriminação racial. Raças, então.
Mas
espera um pouco aí. Entenda uma coisa.
É histórico. E você não precisa ser um gênio para entender. Basta ser
empático.
Gente, acho tão cansativo quando alguém compara qualquer brincadeira
"racista" que um branco possa passar, com a realidade que o negro
sempre viveu, que tenho vontade de sair correndo em volta do planeta até 2025. E
sempre digo: viva #porummundocommaisempatiaporfavor.
E da série “Aconteceu comigo”:
Lembrei-me de uma pessoa. Uma pessoa que me marcou muito. Para quem não
sabe, fiz Magistério no Segundo Grau. Sim, se falava "Segundo Grau".
Hoje, Ensino Médio.
Mas vamos a história (com H, pois é verdadeira). Um depoimento meu.
Choro quando lembro. De uma querida aluna chamada Osana. Linda. Mas
sofrida. No alto de seus 7, 8 anos.
(PS: Fiz Magistério aos 17 mas só lecionei Administração, depois dos 40.
Anos)
Voltemos a Osana. A linda menina Osana de pele linda e olhar muito
triste. Osana é negra. Uma menina que me amava e demonstrava isso. Muito. Uma
menina que era considerada rebelde e revoltada.
Osana ficava me olhando, com aqueles olhinhos queridos repletos de amor.
Um dia, ela pegou na minha mão, alisou minha pele e disse: "Profe
Dóris, sua pele é tão linda, queria ser igual a você".
Foi em um intervalo. Chorei copiosamente com ela. Choro agora, quando
lembro.
Osana mudou minha vida. Lembrei disso hoje, nem sei porque. Mas sei que
Osana mudou minha vida.
A casa da Osana, tinha buracos na parede. E um dia, quando dei uma aula
sobre clima, tempo, perguntei aos alunos como nos protegemos do frio ou nos
refrescamos do calor. A Osana, que sempre foi muito inteligente e
participativa, falou: "Profezinha querida, minha casa tem buracos que
fazem o ventinho passar. No inverno colocamos jornal e no verão tiramos o
jornal. Pronto".
A Osana tinha a autoestima baixa. Porque a mãe dela ensinou que ela era
feia. Por isso, ela achava a minha cor bonita.
Moral da história: o mundo precisa mudar. Porque ainda existem muitas
Osanas por aí.
Eu tinha 17, quando isso aconteceu. Esse ano, faço 50. Quem é bom em
matemática, calcula aí. Porque #omundoprecisamudar.
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