Toda dor é dor. Não tem tamanho. Dorzinha. Dor.
Dorzona.
A gente tem mania de menosprezar a dor alheia. E
de várias maneiras, a gente menospreza. Acha que sabe a dor.
Ontem, faleceu a mãe de um amigo-irmão. Daqueles
amigos ciganos (e ele quase é, pois está
sempre viajando), amigo que até já briguei briguinhas bobas. Por convicções
religiosas, emocionais, talvez até políticas.
Um amigo que ficou amigo daqueles que nem se sabe
quando começou a amizade. E quando começou a irmandade. Amigo querido.
Amigo de conselhos. Amigo que já esteve na Europa,
América Latina, Estados Unidos? E agora, entre um e outro lugar, é cigano.
Amigo que sabe o peso dos anos. Inteligente, culto
e instruído, sabe que não basta isso no Brasil. Por isso, como eu, sabe que
aqui, estudo não fala mais alto.
Ele, com sua dor de hoje (e sinto muito por não
estar lhe abraçando forte, querido amigo... entendo sua dor. Não a sinto, e
gostaria de não ter de senti-la, mas entendo muito sua dor), serviu de
inspiração para que eu escrevesse sobre a dor. Entre outras dores que amadurecem a gente. E me fazem crescer.
Sim... infelizmente, a dor faz crescer. É irônico, mas a
alegria é uma tangente, passa e deixa sensações, mas as marcas em nossa
evolução, são geradas pelas dores. Por isso... por que temer tanto assim a dor?
PORQUE DÓI.
E COMO HUMANOS, TEMOS MEDOS. Até aí, ok. O
problema começa de fato, quando nos protegemos demais da dor.
Não existem garantias. Não existem caminhos. Os
melhores caminhos, nem sempre nos fazem evoluir.
O importante, é tirar da dor, a força.
É ser meio escorpiano. O SCORPIO tem disso (e não diga que isso é bipolaridade... dizer que mudanças de humor são
bipolaridade... não caia nessa. Se for assim, a humanidade é bipolar. Também não vale achar que astrologia não afeta nossa personalidade: perdão, mas acredito que sim): uma
capacidade ultrajante de virar o jogo. Cair em profunda tristeza, e voltar das
cinzas. Fênix (ainda vou tatuar a minha). Surgir das cinzas. Quantas vezes for
necessário.
Somos scorpios. Somos guerreiros. Somos completamente
sentimento. E por favor, nem por isso, sem lógica. Sentimento não impede o
pensar. O importante é o equilíbrio. E equilibrar-se como se estivesse em cima
de uma bike... dá uma adrenalina incrível. Nem que depois, a ferida no joelho
seja grande. Ela cria cascas. E se cura.
Ah, tá, e o extremamente lógico vai dizer: mas deixam sequelas.
Ok, eu sei. Tudo certo. Mas olha (como diria meu querido Oliver sobrinho amado)...
na boa... DÁ QUE PASSA. Dores passam. E nos mudam. E nos deixam mais fortes. Claro... dependendo como lidamos com elas.
Ah, e voltando a dor... às dores: dores de amores,
dores de perdas de pessoas, dores de emprego (seja por tê-los ou não tê-los), dores
por dores. Dores pós tatuagem, pós cirurgia, pós cair de uma árvore... dores. Não
Dóris. Dores.
A dor inspira. Transpira. Só não pode pirar. Não
pire por uma dor. Seja fênix. Ressurja das cinzas.
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