Na real, essa é uma questão muito polêmica. E traço algumas ponderações minhas:
1) A sociedade: Aqui, existe a hipocrisia e o preconceito. É comum ouvir coisas do tipo “Isso não é comigo” ou “Todo viciado é bandido”. Até que o viciado passa a ser seu filho, né? E aí, meu chapa? O que você vai dizer?
2) A família: Assumir que existe o problema, é o primeiro passo para a cura familiar. Sim, porque a dependência química gera uma doença familiar, onde se procura esconder dos vizinhos, porque “É uma vergonha.” Hello! Estamos falando de um ente querido, de um ser humano, povo! Importa tanto assim a opinião alheia? Mais importa o sofrimento que você e seu querido doente estão passando, ok?
3) O individuo: Ei, galera, tem que se ligar. Usuário de festa ou dependente, não importa. Quem usa é egoísta. Egoísta com a sociedade, com a família e consigo mesmo. Vira uma espécie de pária da sociedade, um problema prá família e deixa de ser produtivo e de ter aquilo que mais busca: o prazer de viver. Que doido, né? Quem usa drogas, usa porque quer momentos de prazer. E depois de usar, se parar prá analisar, prazer é o que menos irá sentir...
Se eu concordo com a afirmação do titulo? Sim, concordo, mas sei que as respostas para a solução desse problema, não se consistem em SIM, NÃO, TALVEZ. São amplas, eternas e exigem vigília. Vigília pessoal, da família e da sociedade. Tem que dar chance, acreditar, mas quem usa, tem que realmente querer a cura. Querer mudar. E só então, merecer toda chance da sociedade e da família.
Se tivermos mais casos de ex dependentes que REALMENTE deixaram de usar essas porcarias, menos preconceito e hipocrisia existirá. Sinto muito, mas a mudança começa com quem usa. Quem não usa, os apoiadores, só podem acreditar e confiar. Mas a atitude da mudança, definitivamente, é do usuário. Ou dependente químico. Ou viciado. Ou Drogadito. Não importa como a gente denomine.
E olha só: de usuário prá dependente, é um pulinho. O que pode evitar aquele que experimenta virar um dependente, é a discussão, a análise e muito, mas muito menos egoísmo. Por parte daqueles que usam. E não venha dizer que você não compra, só usa (tipo assim, usa no grupo e é alguém desse grupo, que financia a "festinha"). Dá no mesmo.
Nossa, essa é uma questão discutida a tanto tempo! E na real, agora a situação anda mais incontrolável, porque chegou nas esferas mais formadoras de opinião, nas classes mais socialmente privilegiadas. Crack em plena classe média... antes só vista nas classes economicamente menos favorecidas.
Essa é uma discussão que deve ser livre de preconceitos e caretices. Soluções não existem prontas, e como se pode observar, se discute isso a muuuuuuuuito tempo. Mas traço aqui uma questão: adeus ao preconceito. Não aborde ou veja esse assunto apenas por aspectos preconcebidos, tratando a tudo isso com o chavão: “É coisa de viciado”, ou como dizia o avô de um amigo meu, a muitos anos atrás: “Aquele menino deve estar emaconhado”. E não trate esse assunto como se ele fizesse parte de uma realidade que não é sua, não esconda o problema. Nem omissão, e nem preconceito. Simplesmente, caia da nuvem. Trate a questão de frente. Sem pena, sem remorso, sem defesas ou agressões. Mais que tratar o viciado, drogadito, dependente químico ou usuário, precisamos tratar a sociedade. E descobrir os motivos que fazem as pessoas passarem de experimentadores a necessitados de qualquer uma das drogas que são uma droga para a sociedade. E que enriquecem uma série de pessoas que bem... nem vale a pena comentar que tipo de pessoa vive disso. Os legítimos vampiros de energia.
Parabéns ao Grupo Sinos, pela excelente matéria do ABC DOMINGO:
http://www.jornalvs.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-593,cd-230739,manchete-true.htm
Já se dizia isso em 2004:
http://www.terra.com.br/istoe/1803/brasil/1803_capa_droga_01.htm
E VEJA QUE DISCUTIR SOBRE O PROBLEMA, PODE DIMINUIR O USO DAS DROGAS:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG57829-6014-263,00.html
Um comentário:
É isso aí Dóris, parabéns pela iniciativa de trazer esta discussão, pois discutir o problema é fundamental, e faz parte do processo de desmistificação ao qual o assunto necessariamente ainda tem de ser submetido.
Se todos aproveitarmos que o assunto está em "voga" e nos apropiarmos dele, através da discussão e do debate, podemos não apenas tentar ajudar quem já sofre com o problema, como talvez, previnir que este mal recaia sobre nossas vidas em um futuro, quem sabe, não muito distante, afinal as drogas não fazem distinção de cor, raça ou classe social, o que torna todos nós vítimas em potencial.
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