Tenho que confessar que isso sempre me irritou. As pessoas valorizarem tanto essa de títulos de mestrado, doutorado, ETECÉTERAETAL.
Mas o que mais me irrita, é chamar quem não é doutor, de doutor. Ou doutora.
Veja mais aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutor e aqui http://www.sindipoldf.org.br/noticias/noticia.php?id=4691&ano_atual=2009
Achei na internet, e replico partes aqui:
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário, ensina que doutor é "aquele que se formou numa universidade e recebeu a mais alta graduação desta após haver defendido tese em determinada disciplina literária, artística ou científica". Na prática, porém, chamamos o juiz, o procurador, o delegado e o promotor, fisioterapeutas, nutricionistas, advogados e mesmo políticos mesmo sem aquela mais alta graduação universitária, de "doutor".
O Brasil é o país com o maior número de doutores no mundo. Basta ser advogado, delegado, ou qualquer tipo de autoridade, que você já se julga, ou lhe tratam como doutor. Senadores, deputados, vereadores, políticos, juízes e administradores públicos em geral, usurpam sem vergonha o título supostamente acadêmico. Por quê? A lei não confere aos detentores desses cargos públicos a denominação de doutor. A linguagem técnica, recomendável até por uma questão de etiqueta, indicaria chamá-los por senhor juiz, senhor procurador, senhor delegado, senhor promotor.
Semelhante prática atinge aos profissionais da saúde. Chama-se o médico de doutor. Não seria técnico chamá-lo por senhor médico? Etimologicamente, o vocábulo "doctor" procede do verbo latino "docere" ("ensinar"). Significa, pois, "mestre", "preceptor", "o que ensina". Da mesma família é a palavra "douto" que significa "instruído", "sábio".
Sábio. Sábio?
De tempos em tempos, volta a dúvida, a discussão: quem é doutor/doutora? Devo/posso chamar meu médico de "doutor"? E um advogado pode assim se denominar? E os cirurgiões-dentistas, os engenheiros, os enfermeiros, os fisioterapeutas? "Doutor" não é apenas quem defende tese em Curso de Doutorado? Afinal, "doutor" é título ou forma de tratamento?
Conheça a sentença judicial que trata do assunto:
Em 2005, o juiz Antônio Marreiros da Silva Melo Neto, entrou na justiça contra o condomínio onde mora em Niterói, no Rio de Janeiro, para decidir se os funcionários e moradores do edifício deveriam ou não tratá-lo por “doutor”. Os autos estão com o condomínio, para apresentação de contestação.
Marreiros apelou da sentença do juiz Alexandre Eduardo Scisinio, da 9ª Vara Cível de Niterói. Scisinio entende que não compete ao Judiciário decidir sobre a relação de educação, etiqueta, cortesia ou coisas do gênero.
De acordo com o juiz Scisinio, “doutor” não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento. O título é dado apenas às pessoas que cumpriram tal exigência e, mesmo assim, no meio universitário.
Ele ressaltou, ainda, que o tratamento cerimonioso é reservado a círculos fechados da diplomacia, clero, governo, Judiciário e meio acadêmico, mas na relação social não há “ritual litúrgico” a ser obedecido.
Tá, mas se você é doutor de fato e de direito, se liga: é tão ridículo essa de tituluzinhos de doutor ou o diabo a quatro na frente de sua assinatura, ou em uma descrição de seu cargo ou profissão, ou ainda, um certificado colado na parede! Além de arrogante, é claro. Respeito quem o faça, mas fico com o pé atrás (até uns calafrios), sei lá, me dá uma sensação de que aquela pessoa, se precisa mostrar tanto assim e o tempo todo, talvez não tenha muito mais a mostrar. Desculpa eu falar, tá bem?
E aqui, mais um alerta: no mundo que vivemos, de rapidez urgente e chega de blábláblá, os técnicos estão ganhando espaço. Não que um bom diploma de bacharelado ou um mestradozinho e MBA não ajudem, claroooooooo que sim. Doutorado então, putz, claroooooooo que sim. Mas sem essa de tituluzinho na frente. Larga de ser besta, ô xente!!!!
Não julgue ninguém só pela cara. E nem pelos titulos. Eles só fazem parte do todo, tá ligado?
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