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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aluno nota 10. Dez da vida



Aluno é um ser estranho. Sabe, people, eu já fui e de vez em quando sou de novo. Aluna. E agora, profe também. E desde os tempos de aluna, sempre achei aluno um ser estranho. Reclama na maior parte do tempo. Chatinho, tipo isso.

Mas ei, não são todos! Tem aqueles que a gente tem vontade de levar junto com a gente, nas empresas que trabalha, nas viagens, na vida. Tem aluno que dá vontade de puxar prá cima, de valorizar, de indicar. Tem aluno dedicado, show de bola. Com bom caráter, com valores, festeiro e feliz, mas responsável e dedicado. Não baseado nos outros, estudioso e comprometido. Que não reclama dos trabalhos, e vai lá e faz acontecer. Não é preguiçoso ou inventa desculpa a todo tempo. Que argumenta, que não é covarde porque encara os desafios, e não fica reclamando “por trás”. Ou com aquela cara de “Jesus, me leva!” Maduro sem ser velho. Aliás, aqueles que se acham os “reis da cocada preta”, geralmente são os mais complicadinhos: são “Sisi” (se acham), arrogantes, bobinhos, imaturos e... burrinhos. Sim, tem muito aluno que disfarça a falta do raciocínio e do pensar, com críticas e picuinhas bobas, da escola, dos professores, dos chefes, dos pais, do seu cachorro de estimação, do namorado, da namorada, do mundo, aliás. Alunos assim, como os das últimas descrições que fiz, são também os piores executivos do mercado: algumas vezes “se dão bem”, mas ATÉ que surge um chefe do bem, bom caráter, que não admite gente assim.

Porque sempre tem que estudar; em algumas disciplinas mais, em outras menos, mas sempre tem que estudar. Mesmo aquele que acha que tudo sabe, sempre precisa estudar. Nem que seja prá reforçar o que sabe. A gente aprende mais, estudando.

Tive alunos que compreendiam completamente a disciplina, e apesar de super inteligentes, estudavam prá caramba. Alunos que são excepcionais profissionais, de eficácia e de atitude. Gente valorosa, de caráter. Gente necessária ao mundo.

Já nos tempos de aluna, sempre procurei ser amiga e parceira dos profes. Em qualquer fase: segundo grau, facul, pós, MBA... sempre estive ligada que professor é gente, erra e acerta, como a gente. Mas nunca reclamei deles, a não ser em casos muito graves (o que nunca aconteceu). Sempre procurei levar uma relação de amizade com eles. Claro, a gente sempre tem afinidade maior com um ou outro, é fato. Mas faltar com o respeito, ficar avacalhando, só mostraria a MINHA deficiência. De caráter, inclusive.

Ás vezes, o melhor presente a um aluno poderia ser... um espelho, que tal?

E creia-me: tem muito aluno que só quer saber de diploma. Não é a toa que tem tanto empresário, o tempo todo, reclamando da falta de qualificação que anda solta no mercado. Muita gente com diploma, mas com qualificação... eita, deixa prá lá.

Ah, e please: não venha usar o argumento que “Vamos dar um desconto, é jovem demais.” Não tem essa, de jovem demais. Somos o que somos desde cedo. Caráter não muda com a idade. Porque tem gente madura aos 17, e completamente "fora da casinha" aos 30. E segue assim aos 40..... e não muda.

Tem uma estorinha que circula na internet (autor desconhecido), e a transcrevo aqui:


Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada. Com certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei. Veja o que ele disse: “Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”, disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou ”Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume, são medíocres e passam pela vida sem deixar algo de útil. O interessante é que esta percentagem vale para todo mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula”.

Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto? Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não tem como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos. Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo o que fazemos, se não tentarmos fazer em tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto.



Alguém um dia achou que “bonito” era ser o rebeldinho na escola, o “mister reclamation”. Bonito é dedicar-se, estudar prá caramba, e se “dar bem” na vida a base de muito esforço. Esse é o maior exemplo. Essa é a melhor turma. A turma dos alunos nota 10 na vida. Não só na nota, mas na atitude 10.

Um comentário:

O Neto do Herculano disse...

Na vida
ficar "na média"
não é suficiente,
é sempre necessário um pouco mais.

EBAAAA! Bom te ver!


Penso, logo, existo. E... se você está aqui, quer saber como eu penso. Se quer saber como eu penso, no mínimo, é curioso.


Curiosos ALOHA fazem bem para o mundo. Então, é nós no mundo, porque não viemos aqui a passeio!


Busco uma visão de longo alcance, sem aceitar verdades absolutas, preservando valores ALOHA, que são o ideal para um mundo mais honesto e verdadeiro.