Eu poderia dar
um título machista para esse texto. Ou um título feminista. Mas não. Esse texto
não é nada disso. Ou tudo isso.
Esse texto é sobre mulheres.
Sobre quem somos e o que vivemos.
Aliás, uma coisa é o que vivemos.
Outra é o que somos.
E acaba sendo
sobre homens.
Em função de
quem somos e do que vivemos.
Acaba sendo
sobre nossa sociedade. Em todos os sentidos.
Nós mulheres,
vivemos muita merda. Um mundo realmente machista. Machista feito por eles,
homens. E por nós, mulheres.
Mas ainda,
além de vivermos merda, vamos combinar que às vezes, somos merda.
Peraí. Vou explicar.
Afinal, esse
texto não é feminista. Nem machista. Esse texto nos analisa. Acompanhe.
Sim. Nós
vivemos SIM, um mundo muito machista.
Não ganhamos o
mesmo salário.
Não vivemos a
mesma realidade.
Precisamos
enfrentar preconceitos e estereótipos desde sempre e todo o tempo.
Se nos
vestimos como puta. Como velha. Se tudo e todos nos julgam o tempo todo.
Ser jovem,
envelhecer e desde sempre, a cobrança é sempre muito grande para com a gente.
Mesmo quando ligamos o botão do FODA-SE, ouvimos e enfrentamos MUITA BOBAGEM E
MUITA GENTE BURRA. Inclusive, de muitas mulheres, muita bobagem. Mulheres são
mais machistas que muitos homens em muitos casos e causos. Mas não somente pelo
óbvio. Tem muita coisa aí. Acompanha.
Só não vê que
o mundo é machista, quem é machista ou cego/cega. Bobinha.
Exemplos
velados (ou não) de machismo, quando acontece ou existe:
- Naquela tarde de domingo onde sua casa está cheia de familiares, as mulheres de um lado e os homens de outro.
- Insistem em dizer que existem assuntos masculinos e assuntos femininos, onde a pauta masculina é falar de mulher, e os assuntos femininos são fúteis.
- A vítima de estupro se torna a própria criminosa, pela roupa que vestia.
- Uma preferência de cor para uma criança, ou o brinquedo que ela tenha de brincar.
- A definição daquilo que é certo para um e certo para o outro, quando ele pode e você não.
- Você na cozinha e ele jogando.
- Demissões pós licença maternidade.
- Cantadas que parecem elogio (entenda sem eu precisar explicar, a diferença entre uma e outro).
- Piadinhas sobre TPM.
- Salários menores para a mesma função.
- Você acompanha seu parceiro e deixa de trabalhar, começa a dedicar-se única e exclusivamente para você mesma e depois, ao se separar, continua contando única e exclusivamente com o dinheiro do ex (seja através da pensão ou porque quer abrir um negócio com o dinheiro do ex (!!!), sem procurar emprego, PRETENDENDO ASSIM, continuar sendo dondoca).
Existe
machismo, e ele nos prejudica muitas vezes. Mas em outras, tentamos (erradamente),
nos beneficiar dele. Como assim? Veja só. Continua acompanhando (acompanha e
entenda que isso nos escraviza).
Nós mulheres,
somos muito sacana às vezes. Sim. Existem muuuuuitas mulheres oportunistas e
sacanas. Dondocas de plantão. Sabe que vocês são muito machistas? Sim. Se
bobear, não trabalham (até aí, ok.
Podem ter deixado de trabalhar, porque acompanharam o marido para algum lugar,
pela promoção no trabalho. Mas PAREM com as pressões por isso. Não entrem em
crise por isso. E principalmente: não se transformem em FILHAS de seus maridos,
quando esquecem de dedicar-se ao casamento e passam a ser dondocas de academia,
em “treinamentos” eternos. E maridos, não esqueçam que vocês têm parceiras em
casa: falem sim sobre os problemas, compartilhem-os. Não os escondam. Responsabilizem
suas PARCEIRAS e não filhas por compromissos de parceria. E mesmo que ganhem
muito, financeiramente, estimulem suas esposas a trabalharem de alguma forma,
sei lá) e quando decidem
divorciar-se (quase sempre, somos
nós que decidimos e tomamos a iniciativa, meninas), apesar de nunca terem trabalhado e terem tido
uma vida de rainhas (sim, sem
grandes preocupações com o mundo, além de suas próprias existenciais: “estou
envelhecendo” ou “preciso fazer plástica”),
tentam tirar o couro de seus EX maridos, com gordas pensões e etc e tal (às vezes usando SEUS filhos como desculpa ou
escudo, INCRÍVEL!!!).
Desculpe,
pronto, falei. Sou mulher, percebo que o mundo é sacana para nós todas mas
também percebo nossas sacanagens para com o mundo.
Acordem, Barbies. Acordem, Kens.
Nada mais triste que vocês. Ambos doentes.
Uma das formas de combatermos o machismo (que se
reverte contra mulheres e homens, de alguma forma), é sermos de uma vez por
todas, PARCEIROS.
Parceiros no casamento.
Parceiros nas amizades.
Parceiros nas empresas.
Independentemente de quem somos uns para os
outros, só construiremos uma sociedade melhor, se pensarmos mais sobre o quanto
tudo isso que parece não fazer parte de seus problemas, influencia nós todos.
Ah, e muitas vezes
me pergunto: Como vocês homens tem paciência com nós mulheres que somos (só as
que são) dondocas? POR QUE vocês preferem Barbies que parceiras? SIM. Vocês não
assumem. Mas preferem Barbies. Vocês são muito burrinhos quando preferem
Barbies. Barbies loiras, morenas, ruivas ou com cabelo azul. Tanto faz. São
Barbies de atitude. Menininhas fúteis e bobinhas e bonitinhas.
E VOCÊS,
BARBIES, vão ter vergonha nessas suas carinhas que por enquanto são lindinhas,
mas creiam: um dia deixarão de ser. E daí, criatura?
Tá. Quer ser
Barbie? Quer ter uma vida de preocupações homéricas com sua aparência e sua
estética impecável?
Tá. Quer ter
uma Barbie (sendo ou não sendo um Ken) para mostrar ao mundo que você pode
porque tem poder ou dinheiro?
Assumam:
vocês, Barbies e Kens de plantão, alimentam um mundo fútil que destrói
cérebros, muitas vezes. E que escondem corações vazios. Ou doentes.
E sim. Esse
mundo, embora seja reflexo do que vivemos como seres sociais, foi fortalecido
por muitos de nós, profissionais de Marketing ligados nesse mundo.
Vi essa expressão
na internet e concordo plenamente: “.....sociedade machista que sabe ser machista, mas que não aceita
ser chamada de machista.”
PS: Não sou
contra as plásticas de recuperação estética com o foco no fortalecimento da
auto-estima e outros casos necessários.
Não sou contra
um corpo esteticamente bacana construído em academias de ginástica e
treinamentos físicos (a palavra “treinamento” me incomoda um pouco, quando se
fala de estética e não atletas profissionais).
Mas viver para
isso em detrimento de outras coisas, exatamente nos casos de queridas dondocas
que nada mais fazem do que cuidar de si mesmas e de seus corpos kokokó... sei
lá, entende?
E OPA: não me
venha dizer que isso é inveja. Já tive minha chance de ser uma dondoca kokokó e
nunca quis ser. Ainda bem. Venci.
Em resumo de
tudo que falei:
- Homens e mulheres, queiram parceiros. Nem dondocas nem dondocos. Acordem.
- Que o mundo seja menos machista, oriundo de homens e mulheres. Perceba que o machismo existe. E que possivelmente, você seja transmissora(o) desse machismo. Acorde.
- Machismo destrói sim, nossa sociedade. Acorde e perceba de uma vez por todas.
Sugiro
leitura: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36522791 e https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2015/06/01/interna_ciencia_saude,485188/pessoas-sustentadas-pelo-parceiro-sao-os-mais-suscetiveis-a-trair.shtml
PS DE NOVO: Como
aprendemos todos os dias a viver e sermos mais gente, esse texto pode não
agradar a todos. Ok. Estamos em evolução. Mas na verdade, se esse texto lhe
fizer pensar, beleza. Essa é a intenção. Pensarmos todos. Mais e sempre. E fica
o conselho dele:
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